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sábado, 1 de novembro de 2014

AOS PROFESSORES QUE FORAM DERROTADOS NAS URNAS

Na classe do Magistério conheço muitos colegas que são bons profissionais, que sonham com uma sociedade mais justa e procuram construir essa sociedade em seu trabalho diário com os alunos. Além de cumprirem os seus deveres profissionais básicos de oportunizar aos estudantes o acesso ao mundo científico e cultural, procuram construir valores. Discursam e exemplificam como seria o viver em uma sociedade civilizada onde o respeito seria o fator dominante.
São professores que mereciam subir no pódio para receber aplausos e comendas e, no entanto, esses professores sofreram um duro golpe desferido pela sociedade nas eleições deste ano, especialmente a que ocorreu no dia 26/10/2014.
Ao preferir o candidato cujo partido “heroificou” os “mensaleiros”,  aqueles que fraudaram a nação e desdenharam da justiça, a sociedade transmitiu a esses professores a seguinte mensagem: não ensinem honestidade e respeito para com as instituições democráticas. O que vale é estar no poder e usufruir das benesses dele. Isso está sobre todos os valores.
Ao preferir o candidato cujo partido incrementou o bolsa família nos últimos dias da campanha, disponibilizando grande soma de dinheiro público para beneficiar eleitores que não estavam em situação de risco iminente, a sociedade disse a esses professores: não condenem o suborno, compactuem com a compra de votos.
Ao preferir o candidato cujo partido inaugurou e incrementou o nível baixo, deselegante, da campanha a sociedade disse a esses professores: não nos falem de ética ou de respeito, preferimos a não civilização. 
Ao preferir o candidato que se negou em responder questões cruciais, como a sua posição sobre os “mensaleiros”, a sociedade disse a esses professores: não nos digam que devemos ser verdadeiros, transparentes e abominar a fraude.
Ao preferir o candidato que fugiu da oportunidade (embora cobrado muitas vezes)  de se manifestar sobre a condição dos aposentados que contribuíram, por muitos anos, com mais de um salário mínimo e hoje veem os seus soldos serem reduzidos anualmente  até se igualarem ao mínimo, a sociedade disse a esses professores: o bolsa família é suficiente, ninguém precisa ganhar mais do que isso. Por favor, não nos falem de justiça ou de direitos adquiridos.

Ao preferir o candidato cujo partido praticou o terrorismo eleitoral, a sociedade disse a esses professores: por favor, não falem de respeito aos nossos filhos porque queremos trapaça. A verdade não nos interessa.
O consolo  que nos resta, caros colegas, é que perder um batalha não significa ter perdido a guerra, embora fique bem mais difícil vencer depois. O desânimo da “tropa” pode ser contagiante. Resta-nos agora não nos deixar abater e prosseguir com o nosso ideal. Talvez não sejamos vencedores, mas, pelo menos, sejamos uma pedra que dificulte essa avalanche de mediocridade.

Antonio Sales         profesales@hotmail.com
Nova Andradina, 1o de novembro de 2014.


4 comentários:

  1. É verdade Sales, esperávamos um resultado diferente nas eleições em nível nacional. Mas no Mato Grosso do Sul, esta prática foi rechaçada. Penso que sendo a sétima vez que votamos para presidente depois da redemocratização com direito à eleições diretas para presidente a partir de 1989, avançamos um pouco; a diferença da presidente reeleita para o Aécio foi pouco mais de 3% dos votos. neste pleito aumentou o número dos eleitores com Ensino Médio. Essa pouca diferença entre o primeiro e o segundo colocado é resultado do trabalho dos professores, na busca de formar cidadãos críticos. Houve um crescimento da contestação à essa prática política corrupta, em relação ao pleito de 1010.

    Genival

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  2. É verdade, Genival. Estamos avançando.

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  3. Notamos que existe em nosso país um partido que desenvolve programas assistencialistas na intenção de induzir a nossa sociedade, de certa forma passiva e não atenta para questões mais profundas. Hoje se prioriza programas sociais que tornam o cidadão acomodado e satisfeito com o pouco que lhe oferecem. Não estou aqui fazendo apologia contra programas sociais, são bem vindos, desde que bem administrados e fiscalizados. Na minha visão o melhor programa social é o emprego. Noto que o partido enaltece os 50 milhões de bolsas família, quando ao meu ver deveriam vibrar com 20 milhões de emprego, se adotassem uma outra política. E o pior, temos hoje a nossa querida nação a serviço de um partido, haja visto os escândalos de corrupção claros e evidentes, contestados e negados pelo PT. O que mais me preocupa é que temos muitos companheiros que se consideram vencedores.

    José Américo - Sonora

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  4. José Américo, estamos plenamente de acordo. Obrigado por suas palavras.

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