Depois que escrevi o texto sobre esse tema tentei buscar mais exemplos. Recheio os meus textos com metáforas porque tenho um racicínio imagético. Penso a partir de imagens.
Pensei em um carrinho de tração animal que muitos chamam de carroça.
Esse carrinho, embora seja uma “máquina” simples foi projetado arquitetonicamente. O que pensou o arquiteto eu não sei porque nunca vi um manual de construção de carrinhos, mas coneço pensando na participação dos seguintes sujeitos envolvidos no processo:
1. O animal. Para ele o projeto arquitetônico é algo morto. O carrinho já está construído e resta-lhe saber que tem de puxá-lo. Se é possível modificar o carrinho ou a carga é algo que não lhe diz respeito. Cabe-lhe puxar o carrinho e nada mais.
2. O carroceiro. A cada vez de carregar o carrinho ele começa pensar em como distribuir a carga para ficar mais leve para o animal, para não causar avarias no carrinho, etc. Para ele o projeto arquitetônico, por vezes, é objeto de inquietação, tem resquícios de vida, é meio morto.
3. O arquiteto. Ele pergunta: Como alterar o projeto para tornar o carrinho mais funcional? Qual o comprimento ideal dos varais para que o animal tenha mais conforto? Com que material deve ser fabricada a sela para não causar danos ao animal ou ser dispendioso ao carroceiro? Para ele o projeto ainda está vivo.
Sou professor de matemática e posso ver no meu aluno o animal. Posso dizer-lhe apenas: “copie isso e resolva os exercícios”, “é assim que é a matemática”, “matemática se aprende resolvendo exercícios”.
Não sei se algum professor faz isso, mas é uma opção. Se alguém procede assim está trabalhando uma ciência morta e roudando a humanidade do aluno.
A segunda opção é considerá-lo como o carroceiro. Nesse caso, eu lhe digo: “matemática só tem duas opções: (certo e errado). Modos de fazer tem alguns e você pode escolher dentre eles, mas tem que dar certo”. “Não adianta driblar bonito e errar no chute. Não marcou gol perdeu o jogo.”
O colega conhece alguém que faz isso?
A terceira opção é ver o aluno como o arquiteto. Posso dizer-lhe: “O que dá para mudar e tornar isso mais funcional?”. ´Tente outro caminho: se der errado tente explicar porque dá errado. Se der certo, por que dá certo se o caminho é outro? ”.
Pergunto ao leitor: É possível fazer isso? Que fundamentação teórica teríamos para fazer isso?
Leio nos PCN de Matemática dos anos finais do ensino fundamental
Para atender as demandas do trabalho contemporâneo é inegável que a Matemática pode dar uma grande contribuição à medida que explora a resolução de problemas e a construção de estratégias como um caminho para ensinar e aprender Matemática na sala de aula. Também o desenvolvimento da capacidade de investigar, argumentar, comprovar, justificar e o estímulo à criatividade, à iniciativa pessoal e ao trabalho coletivo favorecem o desenvolvimento dessas capacidades ( BRASIL, 1998, p. 34)
Como um incentivador da aprendizagem, o professor estimula a cooperação entre os alunos, tão importante quanto a própria interação professor-aluno. O confronto entre o que o aluno pensa e o que pensam seus colegas, seu professor e as demais pessoas com quem convive é uma forma de aprendizagem significativa, principalmente por pressupor a necessidade de formulação de argumentos (dizendo, descrevendo, expressando) e de validá-los (questionando, verificando, convencendo) (BRASIL, 1998, p. 38)..
comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas conjecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações entre ela e diferentes representações matemáticas (BRASIL, 1998, p.48).
O leitor teria algum teórico para compartilhar conosco? Tem outra ideia? Discorda da proposta? Por quê?
Nova Andradina, 19 de fevereiro de 2012.
Antonio Sales profesales@hotmail.com
Olá Sales e amigos do blog, tenho um texto que possa compartilhar para está discussão.
ResponderExcluirUm abraço. EDER
http://vello.sites.uol.com.br/interface.htm
Olá Eder
ResponderExcluirOportuna contribuição. Nosso respeito D'Ambrósio merce ser lido.