Giuseppe Peano
[1858-1932] foi um matemático italiano que deixou uma importante marca na
organização do conhecimento matemático. Ele estruturou o conjunto dos números
naturais a partir de cinco axiomas, sendo o quinto deles o fundamento da
indução finita.
Segundo a Wikipédia ele
foi “Autor de mais de 200 livros e artigos, ele foi um dos fundadores da lógica matemática e da teoria dos conjuntos, para as quais ele
também contribuiu bastante da notação”.
Fez carreira como
professor de Matemática na Universidade de Turim, foi agraciado com nada menos
do que catorze honrarias e trabalhou até o dia da sua morte resultante de um
ataque cardíaco.
Bruno D´Amore credita a
esse extraordinário pensador o seguinte:
“ A diferença entre nós
e os alunos que se encontram sob nossa responsabilidade está apenas no fato de
que nós já percorremos um trecho mais comprido na parábola da vida. Se os
alunos não entendem, a culpa é do
professor que não sabe explicar. Também não vale culpar as escolas dos anos
anteriores. Precisamos aceitar os alunos como são e fazer com que lembrem o que
esqueceram, ou estudaram sob outra nomenclatura. Se o professor atormenta os seus alunos, e em lugar de conquistar o
seu amor, estimula ódio contra si mesmo e a ciência que ensina; não apenas o
seu ensinamento será negativo, mas ter que conviver com tantos pequenos inimigos será para ele um tormento
contínuo”.
Esse pensador não
aceitava desculpas de que o aluno não aprendia porque chegava sem saber. Ele
não buscava culpados ou desculpas. Assumia a sua responsabilidade no processo.
Embora tenhamos que
admitir que os tempos eram outros e que, talvez, os poucos alunos que chegavam à escola eram
mais interessados, parece que não era esse o fator que ele discutia ou que o
preocupava. Parece também que ele já convivia com colegas de trabalho que se
desculpavam do pouco resultado obtido alegando que o aluno chegava sem saber. É
possível deduzir que tivesse ouvido a frase tantas vezes repetida em nossos
dias: “eles não querem nada”.
No entanto, ele ia direto ao assunto: não é porque ele chegou
assim que você tem o direito de deixá-lo como está. Você existe para fazer a
diferença nesse processo. Você precisa mostrar que se o outro professor não
conseguiu ensiná-lo, você pode fazer melhor.
Nova Andradina, 26 de
março de 2014.
Antonio Sales
Referência
D´AMORE, Bruno.
Elementos de Didática da Matemática. São Paulo: Editora Livraria da Física,
2007, p. 57.
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